Voltando das férias, percebi que ainda não tinha compartilhado com vocês um dos exercícios mais interessantes que fiz recentemente: um ensaio sobre luz natural e autorretrato, parte da mentoria da minha querida amiga Jullianne Medeiros (@jullianne_medeiros). Prometi que postaria aqui, e missão dada é missão cumprida!
Esse ensaio foi uma experiência de aprendizado e redescoberta. É incrível como, ao revisitarmos um trabalho depois de um tempo, percebemos o quanto mudamos — tanto na técnica quanto na forma de enxergar a fotografia. Quando retomei a edição dessas imagens, fiquei surpresa com algumas das escolhas que fiz no início e com o quanto meu olhar evoluiu nesse período.





O Desafio do Autorretrato na Fotografia de Comida
Parte desse exercício era registrar a luz natural e, ao mesmo tempo, me incluir na cena. O autorretrato foi um grande desafio, pois não costumo aparecer muito por aqui, mas isso é algo que quero mudar. Quero estar mais próxima de vocês!
Quando um ensaio não se limita apenas à comida, mas busca contar uma história com mais profundidade, o planejamento se torna ainda mais complexo. O elemento humano precisa se integrar ao ambiente, harmonizando-se com os objetos ao redor. Escolher a roupa certa, os tecidos, as cores, a maquiagem (ou a ausência dela) e até o cabelo faz toda a diferença para que a composição tenha coerência e transmita a sensação desejada.



O Exercício da Luz Natural e a Paciência da Fotografia
Esse ensaio exigiu paciência. A luz natural é fascinante, mas também imprevisível. Deixei o cenário montado por dois dias e fotografei em diferentes momentos: de manhã, ao meio-dia e à tarde. O céu nublado tornou o processo ainda mais desafiador, pois a luminosidade mudava em questão de segundos, exigindo ajustes constantes na câmera.
Se você deseja aprimorar sua fotografia com luz natural, recomendo fazer esse exercício pelo menos quatro vezes ao ano, acompanhando as mudanças de luz em cada estação. Mesmo que você fotografe no mesmo local e horário, perceberá diferenças sutis, mas importantes, na temperatura e na intensidade da luz ao longo do ano.






O Bolo e a Memória Afetiva
Além do aprendizado técnico, esse ensaio teve um significado especial para mim. O bolo que escolhi fotografar carrega memórias preciosas da minha infância e adolescência. Sempre que faço um bolo, lembro das manhãs e tardes na casa da minha mãe e da minha avó paterna, onde café e bolo eram presença constante.
Cozinhar tem esse poder de acalmar a mente e trazer conforto ao coração. Quando estou inquieta, preparar um bolo me devolve a serenidade. Foi isso que quis transmitir com esse ensaio: a tranquilidade das coisas feitas à mão, o aconchego de uma mesa posta sem pressa, o prazer de saborear um pedaço de bolo com café recém passado.



A Composição do Ensaio
Cada detalhe da cena foi pensado com intenção. Como o foco era a luz natural e o autorretrato, optei por cores neutras e suaves, evitando elementos que pudessem desviar o olhar. O contraste veio da cor intensa do bolo e do armário de madeira, enquanto um toque de azul na louça trouxe equilíbrio à composição. Para suavizar o tom sóbrio do chocolate, acrescentei flores delicadas e vesti uma blusa branca com arabescos, reforçando a atmosfera acolhedora.
A Receita do Bolo
Antes que me perguntem, esse bolo maravilhoso é o mesmo que já compartilhei em um ensaio de inverno. Aqui, utilizei uma forma redonda de 20 cm de diâmetro e finalizei com uma generosa cobertura de ganache de chocolate amargo. O resultado? Um bolo intenso, macio e simplesmente irresistível!



O Poder da Fotografia na Contação de Histórias
Ao longo desses dois dias de ensaio, produzi uma grande quantidade de fotos, explorando diferentes ângulos e composições. É impressionante como podemos contar histórias tão distintas a partir de uma mesma cena. E é justamente por isso que amo a fotografia: ela nos oferece infinitas possibilidades de olhar, sentir e narrar momentos.
Espero que esse ensaio tenha inspirado você, seja na fotografia ou no simples prazer de um bolo recém-assado acompanhado de um café quentinho.
Com carinho,
Samira

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